Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão
Rede de Apoio ao Estudante (RAE): resultados de sucesso e projetos de ampliação e pesquisa
A Rede de Apoio ao Estudante, RAE, que completa três anos em 2018, nasceu por iniciativa da coordenadora central de graduação da Vice-Reitoria Acadêmica, professora Daniela Vargas, e já conta com histórias de sucesso no trabalho de interação entre cinco núcleos: Núcleo de Apoio e Inclusão da Pessoa com Deficiência (NAIPD), o Núcleo de Orientação e Atendimento Psicopedagógico (NOAP), o Serviço Comunitário de Orientação Psicológica (PSICOM), o Serviço de Orientação ao Universitário do CTC (SOU-CTC) e o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA).
A RAE tem o objetivo de unificar os serviços de apoio aos estudantes da Universidade que, até então, funcionavam de forma paralela, com pouca comunicação e esforço conjunto. Busca uma ação mais coesa em torno da qualidade da vida do universitário, em questões que tocam desde o aspecto acadêmico - dificuldades com os estudos, leitura e escrita, organização de grade - até os aspectos psicológicos - déficit de atenção, ansiedade - e as necessidades especiais.
– Como não era possível realizar a união entre esses cinco núcleos no espaço físico, isso foi feito no espaço virtual, com a criação de site, de sistema unificado para gerenciar os atendimentos e encaminhamentos de núcleo para núcleo, além da realização de reuniões periódicas para atualizar a parceria, esclarece a professora Zena Eisenberg, coordenadora do NOAP.
Para que a troca de informações fosse mais eficiente entre os diferentes núcleos envolvidos, foi criado junto ao SGU um sistema de cadastro de alunos onde é possível compartilhar as informações e os atendimentos. “De uma forma geral, questões relacionadas à psicopedagogia, a problemas com organização, leitura e escrita ou orientação profissional são tratadas no NOAP; necessidades especiais de diversos tipos são acompanhadas pelo NAIPD; o PSICOM trata de questões psicológicas mais agudas, encaminhando-as, em alguns casos, ao SPA; o SOU-CTC se dedica especificamente aos alunos do Centro Técnico Científico, acrescenta Zena.
Ao atender o aluno, o profissional de cada núcleo tem acesso a seus dados e consegue visualizar por que núcleo já foi atendido, caso tenha sido, as informações relevantes para o atendimento, dados do histórico, nivelamento em português, entre outras informações relevantes.
Em entrevista à Assessoria de Comunicação da Vice-Reitoria Acadêmica, as professoras Zena Eisenberg, do NOAP, Leila Vilela, do SOU-CTC, Renata Mattos, do NAIPD, e as psicólogas Roberta Magacho e Ana Carolina Gomes, do PSICOM, falam sobre as conquistas da RAE no último ano e os desafios a vencer.
Quais foram as principais conquistas da rede nesse período de trabalho conjunto?
Zena Eisenberg, pelo NOAP – Neste período, a RAE se consolidou e também foi concluído o sistema integrado, em que vários alunos já realizam agendamentos; também contamos com esquema de divulgação envolvendo e-mail marketing, folders, cartazes e anúncios no informativo PUC Urgente. Há dois trabalhos caminhando em paralelo: divulgar a rede entre os alunos e entre os professores, coordenadores e diretores, capazes de encaminhar os alunos para a RAE. Os professores também estão demandando, cada vez mais, o apoio da rede frente aos novos desafios.
Leila Vilela, pelo SOU-CTC - A RAE possibilitou grandes conquistas para nós, profissionais, uma vez que o trabalho em equipe de diferentes áreas de atuação proporcionou uma rica troca de experiências e conhecimento. As reuniões aproximaram, cada vez mais, os membros dos diferentes núcleos da rede, permitindo um melhor atendimento aos nossos alunos.
Roberta e Ana Carolina, pelo PSICOM - Em se tratando do PSICOM, destacamos que a RAE ampliou a divulgação do serviço entre os alunos.
Renata Mattos, pelo NAIPD - A criação da rede gerou uma aproximação mais efetiva entre os núcleos, que já trabalhavam, pontualmente, em conjunto, fomentando a troca de ideias entre os profissionais, a possibilidade de diálogo mais frequente para a construção de objetivos comuns e a definição de uma atuação conjunta, assim como os encaminhamentos.
Estar junto para atender os alunos da melhor forma possível é de interesse de todos nós e, para isso, foi preciso ouvir as diferenças, se posicionar com as singularidades e reconhecimento do trabalho que já vinha sendo feito e também abrir mão de sistemáticas conhecidas, como ocorreu em relação ao novo sistema de cadastramento dos atendimentos. Os núcleos já tinham suas práticas, sua sistemática, e estar juntos foi uma escolha para fortalecer o trabalho de atendimento dos alunos.
Poderiam citar exemplos de sucesso da parceria?
Zena – Posso citar o caso de uma pessoa que foi atendida pelo NAIPD, encaminhada para o NOAP, e lá atendida por um bom período pela equipe de Psicopedagogia e, em seguida, pela de Leitura e Escrita. Passou por vários âmbitos na rede. Acontece muito de encaminharmos dentro do próprio NOAP, pois temos três equipes diferentes.
Leila - Tivemos alguns casos em que alunos do SOU foram encaminhados para o atendimento psicopedagógico no NOAP, e observamos que estes alunos tiveram uma sensível melhora na questão organizacional e na sua autoestima, questões fundamentais para um bom desempenho acadêmico.
Para aqueles que estavam em dúvida da sua escolha de curso, o que ocorre com frequência com alunos do curso de Engenharia, encaminhamos para a Orientação Profissional, e alguns destes alunos buscaram uma nova trajetória acadêmica, com mais prazer e segurança.
O mesmo podemos falar do trabalho em conjunto com o PSICOM, que ajuda o aluno na busca de um equilíbrio emocional, fator fundamental para um desempenho acadêmico com mais tranquilidade. Já o trabalho em conjunto com o NAIPD tem sido de extrema relevância no auxílio dos alunos com necessidades especiais.
Acreditamos que o trabalho em equipe beneficia positivamente os nossos alunos, pois permite que eles sejam atendidos nos seus diferentes aspectos.
Ana Carolina e Roberta – Muito do sucesso está também em pensar em conjunto ações para lidar com casos emergenciais.
Renata - Vou citar dois exemplos diferentes. Um aluno que me procurou, no NAIPD, recomendado por uma professora que já conhecia nosso trabalho; quando o recebi, ficou claro que não se tratava de um aluno com algum tipo de deficiência e também que não precisava de nenhum recurso, havia uma situação clara de orientação em relação aos estudos e à forma de aprendizado. A professora havia sugerido o NAIPD porque conhecia esse caminho. Recebi o aluno e o encaminhei para o NOAP.
Posso citar como outro exemplo uma aluna que possui deficiência auditiva e tem sido acompanhada pelo NAIPD desde o início do curso. Em dado momento, ela me procurou relatando mudanças na sua vida pessoal que estavam comprometendo seus estudos e falou de dificuldade em uma determinada disciplina. Sugeri, então, que procurasse o PSICOM e o NOAP. Fiz o encaminhamento e ela esteve nesses núcleos. Eu e a equipe do NOAP passamos a trocar informações para melhor atendê-la e chegamos a promover um encontro conjunto com a aluna.
E o que precisa ser aprimorado e quais os projetos para o próximo ano?
Zena – Acredito que se deva consolidar ainda mais a interação entre os núcleos e ampliar o apoio aos professores. É importante lembrar que tanto o NOAP como o SPA têm como proposta fomentar pesquisa e serem espaços de formação para alunos de Psicologia, Pedagogia, Letras e de outras áreas.
Ana Carolina e Roberta – A nosso ver, a ampliação das parcerias de serviços de apoio, além de pensar em um conjunto ações para lidar com casos emergenciais.
Leila - Achamos que será de fundamental importância aumentar o número de profissionais em todos os núcleos da rede. Com relação a projetos, o SOU-CTC pretende começar a trabalhar com grupos com propostas orientadas. Estes encontros terão como objetivo ajudar um maior número de alunos não somente nas suas questões acadêmicas: raciocínio lógico, interpretação de texto, mas também nas questões relacionais que se apresentarem. Também temos a intenção de repetir o Minicurso de Meditação, oferecido este período, exclusivamente para os alunos do CTC.
Renata - O sistema de registro e compartilhamento de informações foi montado, está sendo experimentado e sofrendo ajustes para que sejam atendidas as demandas específicas de cada núcleo. O NAIPD, por exemplo, tem uma sistemática de troca com alunos ativa, ou seja, nós buscamos os alunos para apresentar o núcleo, confirmar as informações declaradas e definir recursos para garantir a igualdade de oportunidades. Estou certa de que as afinações serão sempre necessárias e que as possibilidades de ampliar nossa atuação aumentarão com os núcleos operando juntos.
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