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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Prêmios e Destaques Acadêmicos

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Expressão nacional

A semente da emancipação brasileira e a retórica de Maquiavel são temas de trabalhos premiados pela Sociedade Brasileira de Teoria da História e Historiografia

Lucas Silva (esq.) e Antonio Carreira: reconhecimento nacional - Fotos: arquivos pessoais


Dissertação de mestrado e monografia do Departamento de História conquistaram premiações de expressão nacional: foram contempladas na edição 2023 do Concurso de Teses, Dissertações e Monografias, nas subáreas de Teoria da História, História da Historiografia Geral, História da Historiografia Brasileira e Teoria da História e Ensino de História. O concurso é promovido pela Sociedade Brasileira de Teoria da História e Historiografia, e a divulgação pública se deu na assembleia do 32° Simpósio Nacional de História da ANPUH-Brasil, realizada no dia 20 de julho em São Luís - MA. “São premiações que atestam a qualidade do trabalho desenvolvido pelos professores, funcionários e alunos do curso de História”, comemora o professor Eduardo Wright Cardoso, orientador dos dois trabalhos.

Uma revolução em tempo inoportuno: figurações do tempo histórico nacional na “História da Revolução de Pernambuco em 1817”, de Francisco Muniz Tavares, dissertação de mestrado do aluno Lucas dos Santos Silva, investigou as formas de figuração do tempo histórico nacional presentes na História da Revolução de Pernambuco em 1817 (1840), de Francisco Muniz Tavares.

Segundo Silva, ao narrar a revolução pernambucana de 1817, Muniz Tavares concebeu a Independência de 1822 como o crescimento de um “germe” da emancipação que havia sido plantado, de modo precursor, no movimento de 1817 – interpretado como um prenúncio do futuro nopassado:

– Em sua narrativa, Muniz Tavares propôs uma leitura da história brasileira muito crítica à colonização portuguesa. Sua identificação das marcas do período colonial produziu um modo de conceber a temporalidade que enfatizava as assincronias presentes na nação, no qual a suposição de um movimento temporal autônomo e animado pelo progresso coexistia com a permanência de passados indesejados. Isso originou uma visão menos harmônica da temporalidade nacional cuja apreensão nos permite visibilizar narrativas dissonantes sobre a história brasileira.

Já a monografia Diálogos nas cortes antigas: A recepção maquiaveliana da historiografia clássica, de autoria do aluno Antonio Passos Rodrigues Carreira. O objetivo da monografia foi analisar os preceitos retóricos da historiografia antiga aplicados por Nicolau Maquiavel (1469-1527) na composição da História de Florença (1521-1525).

De acordo com Carreira, na obra é possível perceber divergências em relação aos predecessores humanistas de Maquiavel, porém elas não representam uma atitude de ruptura com a tradição, mas sim particularidades do autor, que opera, de modo criativo, com os cânones já estabelecidos em conformidade com a noção clássica de imitação.

– As particularidades da abordagem maquiaveliana são fruto, de um lado, da sua interpretação negativa do passado florentino e, de outro, de sua relação com a família Medici. Apesar do modelo greco-latino de escrita da história ser muito amplo, no trabalho o foco se concentra em sua aproximação com as retóricas deliberativa e epidítica no uso da ferramenta do éthos e nos discursos dos personagens – resume o autor.




Publicada em: 01/08/2023