Prêmios e Destaques Acadêmicos
Organização em defesa dos direitos dos animais tem à frente Brian May, compositor e guitarrista do Queen
Who wants to live forever?
Mais do que uma música emblemática da banda britânica Queen, é também a pergunta que se faz quando o assunto é o planeta Terra e sua biodiversidade. E foi pergunta que a ONG internacional Save Me Trust – associação em defesa dos direitos dos animais liderada pelo guitarrista e compositor do Queen, Brian May – buscou fazer em vídeo de mesmo nome, que já ganhou o mundo.
Quem quer viver para sempre? (assista ao vídeo aqui), tradução para o português, foi lançado na semana do dia 8 de novembro, na Itália, durante a Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas – COP 26. A animação foi idealizada e dirigida pelo videomaker e músico Matteo Valenti como presente, mas também em colaboração com May, que autorizou o uso do hit.
Para a empreitada, Valenti convidou alunos de escolas de todo o mundo, mais precisamente de uma universidade por continente. Cada universidade ficou responsável por produzir um trecho da música. Cada trecho deveria ser representado por um ou mais animais ameaçados de extinção por conta de ações do ser humano no continente de cada escola selecionada.
O que a PUC tem a ver com isso? N.A.D.A. Isso mesmo. Ainda no período pré-pandemia, a equipe do Núcleo de Arte Digital e Animação (N.A.D.A), coordenada pela professora Cláudia Bolshaw, do Departamento de Artes&Design, foi a convidada da América do Sul a participar do vídeo desenvolvendo animações que criassem uma consciência sobre o sofrimento por que tantos animais passam. Também para ressaltar que a proteção dos animais não é apenas uma questão de humanidade, mas também essencial para o nosso próprio bem-estar neste planeta. O convite se deveu ao primeiro lugar conquistado em concurso de filmes para estudantes no Animarte! Festival Internacional de Animação, com as animações de Carnaval das Crianças, feitas para o Museu Villa Lobos.
“This incredible video created by students from all five continents shows the devastation our precious planet faces. On a 24 hour clock humans arrived here at just two seconds to midnight yet we have unleashed immense damage and destruction on the natural world. Advancing our needs has pushed mother nature to the brink. Species reaching extinction at a thousand times faster than at any other time in our history.
World leaders are meeting at the UN Climate Change Conference 2022 (COP26) and it is essential they take heed and take actions NOW.
No if’s, no buts, we are at a tipping point that we cannot ignore!
The world is watching COP26 for immediate action and solutions today our government must deliver”.
Brian May and Anne Brummer
Save Me Trust
– Cada trecho deveria ser representado por um ou mais animais ameaçados de extinção. O N.A.D.A. escolheu a onça-pintada, com decisão pelo animal que seria representado, começamos a pesquisa buscando entender mais a fundo quais as principais ameaças enfrentadas pela onça-pintada através das histórias dos povos indígenas do Xingu – conta a professora Claudia Bolshaw, lembrando-se da dificuldade que foi assistir a vídeos que mostravam tanto sofrimento.
O trabalho levou um ano e meio para ser concluído e contou com o apoio do Departamento de Artes e Design, da PUC-Rio, além da ajuda de ex-integrantes do Núcleo: Thiago Macedo e Julia Nicolesco. Saiba mais sobre o processo de criação do N.A.D.A. no vídeo disponível aqui. De acordo com a coordenadora, na pesquisa, os alunos identificaram a caça predatória e a perda de habitat natural, o que foi uma oportunidade para tratar de um assunto muito discutido recentemente que é a questão da Amazônia e suas queimadas e, junto com ela, a questão indígena.
A equipe do N.A.D.A contou ainda com a ajuda dos indígenas da tribo Yawalapiti Ana Terra Yawalapiti e Watatakalu Yawalapiti, que compartilharam a relação de seu povo com a onça-pintada, através de seus contos, artes e pinturas corporais.
Um majestoso percalço – No relato de Bolshaw, nove meses após o términio do trabalho, Valenti entrou em contato com a equipe enviando um áudio de Brian May, que ponderava se seria uma boa mensagem assistir a mortes dos animais como denúncia (ouça abaixo).
– De uma forma muito carinhosa, argumentava se o caçador do nosso vídeo não poderia jogar a arma no chão, e dizendo que o Brasil era muito importante e que, inclusive, nos haviam escolhido para dar o fecho no vídeo das cinco universidades. Ficamos muito espantados porque estávamos, justamente, em um momento muito terrível para o Brasil. Além das mortes da pandemia, foi justamente a época em que as queimadas estavam a pleno vapor. Eu tentei o tempo todo fazer o diálogo acontecer porque, concordo com os alunos que não era e não é o momento de achar que a nossa nação é o celeiro do mundo e nem de querer que a esperança venha daqui num período tão complicado; mas também concordo com o Brian que precisamos dar alternativa para a vida. Essa discussão teve um resgate acadêmico muito importante pra nós. E chegamos a um acordo: discutindo frame a frame, demos espaço para a dúvida...
O resultado você confere aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=diOQpYr0N-E
Citações nas redes sociais da Save Me Trust:
Nota:
Escolas que participaram do vídeo, em ordem de aparição:
IED European Institute of Design, Milão (Europa)
Creatures Animation Hub, Kampala (África)
The University of the Arts, Philadelphia (América do Norte)
Griffith Film School, Brisbane (Oceania)
Tokyo Zokei University, Tokyo (Ásia)
PUC-Rio - N.A.D.A. - Rio de Janeiro (América do Sul)
A sequência final foi executada por Gregory Panaccione, Nicoletta Persello e Carlo Odorici sob a direção do produtor Matteo Valeti - Itália
Clipping da Imprensa internacional:
'Brian May releases stunning Who Wants To Live Forever animation calling for climate action'
'Brian May’s charity calls for ‘immediate action’ on climate change at Cop26'