Prêmios e Destaques Acadêmicos
Movimento é iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com o Sebrae
Foto: reprodução

Movimento é iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com o Sebrae
O projeto Botiá, da ex-aluna do Departamento de Artes e Design Manuela Yamada, recebeu o prêmio máximo do Movimento Hot Spot, uma iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com o Sebrae, e patrocínio da Vale e da Riachuelo, que busca revelar talentos da criatividade brasileira em diversas áreas.
Manuela Yamada: O projeto começou há três anos, em 2009, quando cursei a disciplina Projeto 6, junto com a também ex-aluna Natalia Bruno. Na ocasião, recebemos como tema - dos professores Fernando Betim, Nathália Cavalcante e Luis Ripper - trabalhar com feira livre de alimentos. Ficamos impressionadas com a quantidade de resíduos sólidos, especialmente o volume gerado pelas sobras da água de coco. Optamos por trabalhar investigando a fibra de coco, e partimos para desenvolver um aglomerado que a utilizasse e fosse aglutinado com uma substância orgânica.
Pesquisamos muito sobre o que já estava sendo desenvolvido, que era basicamente a junção de fibra de coco com resina poliuretana de base vegetal (resina de mamona). Na época, ela era muito cara e poucas pessoas sabiam como manuseá-la. Ela fugia completamente do nosso desejo de fazer algo com baixa tecnologia, baixo custo e baixo impacto. Após diversos testes, chegamos a combinação de fibra de coco com amido de mandioca. Ao final do período, tínhamos desenvolvido o material e fizemos uns testes aplicando-o a engradados e formas diversas.
Em 2012, conversei com a Natalia e decidi continuar com a pesquisa, desenvolvendo-a como meu projeto final de graduação. Nesse segundo momento, me aprofundei nas questões do material como técnicas para fabricação em maior escala, melhor forma de atingir estabilidade etc. Para tangibilizar o material, desenvolvi uma linha de embalagens para alimentos delicados que denominei Botiá, baseando-me no conceito de ninhos na natureza. A ideia era criar um invólucro de proteção para diversos alimentos delicados, de forma a reduzir a sua perda durante o transporte e, consequentemente, o seu custo.
O maior diferencial deste projeto é justamente o fato de ele ser uma embalagem feita a partir de resíduos (fibra de coco) e que se dissolve sem causar malefício algum ao meio ambiente. Após o seu uso, ela pode ser enterrada e irá se dissolver no solo virando alimento para a terra ou pode retornar à fábrica para ser reutilizada (uma vez que para reciclar o conteúdo é necessário somente dissolvê-lo em água).
M.Y.: O prêmio consiste em um investimento de até R$200.000,00 para desenvolver o projeto, além claro, do reconhecimento pelo trabalho. A maior motivação para me inscrever no Movimento Hotspot foi justamente esse financiamento. Como o trabalho já estava bastante desenvolvido, a única coisa que faltava era conseguir um patrocínio para comprar maquinário e começar a realmente produzir e experimentar para tornar o Botiá viável. Quando anunciaram que o projeto havia sido escolhido foi uma sensação indescritível. Uma felicidade suprema de ver um trabalho de tanto tempo reconhecido e de pensar que ele finalmente vai sair do papel, e da maneira como planejamos.
M.Y.: A PUC sempre ajudou o projeto Botiá. No início, por ser um projeto desenvolvido dentro de uma disciplina, pudemos contar com professores e laboratórios para o seu desenvolvimento. Mas mesmo após esse período, sempre que precisamos utilizar o Laboratório de Volume, o encontramos aberto e com seus profissionais mais do que dispostos a nos ajudar, assim como os professores, que, até após o fim do projeto, sempre estiveram presentes para ajudar a solucionar questões.
M.Y.:
M.Y.:
http://movimentohotspot.com/noticias/a-vez-dos-vencedores-vencedores/
http://manuelayamada.carbonmade.com/about
Por Renata Ratton
Assessoria de Comunicação
Vice-Reitoria Acadêmica