Prêmios e Destaques Acadêmicos
A professora Margarida de Souza Neves coordena a exposição - Foto: Renata Ratton - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
O Solar Grandjean de Montigny, Museu Universitário da PUC-Rio, vai inaugurar, no dia 25 de julho, sua primeira exposição sob a direção de Margarida de Souza Neves, professora emérita da História e também coordenadora do Núcleo de Memória da Universidade.
A mostra Gávea, território de diversidades, morada de contradições está sendo produzida em parceria com o Instituto Moreira Salles (IMS) e reunirá fotografias antigas e atuais da casa do Solar, projetada e originalmente pertencente ao arquiteto francês Grandjean de Montigny, da casa do IMS, do bairro e da natureza da Gávea, de indústrias, moradias populares e de elite.
– Queremos mostrar que a Gávea é um fragmento da cidade e, tal como a cidade, é feita de diferenças, de diversidades, às vezes paradoxais, se pensarmos no contraste entre a natureza e as construções, a riqueza e a pobreza, as moradias e a indústria e o comércio, o passado e presente, observa Margarida.
A primeira sala da exposição, Caminhos da Gávea, exibirá fotos da exuberante natureza do bairro e dos caminhos que conduziam à Gávea, no século XIX. Naquele tempo, a Gávea era um arrabalde da cidade, fora do burburinho do Centro e dos bairros residenciais do Rio de Janeiro.
A segunda sala da exposição, Duas casas, trará fotos do Solar e da Casa Moreira Salles, que, em épocas diferentes (no início do século XIX e nos anos 1950, respectivamente) “traduzem essas duas temporalidades em sua construção, tanto por seus estilos arquitetônicos, quanto pela história de sua ocupação. No entanto, é interessante perceber as tangências arquitetônicas, como o uso de colunas ou os pisos com desenhos de losangos. As casas também foram marcas de distinção de seus primeiros moradores, representativas de seus lugares sociais”, explica.
Na escada do Solar, será instalada uma linha do tempo, resumo esquemático da história do bairro e de sua ocupação, e a exposição terá continuidade no segundo andar com a terceira sala, Expansão e Resistência, mostrando como a população trabalhadora acompanhou a expansão do bairro e resistiu às tentativas de expulsão.
A quarta e última sala, Memórias e contrastes, apresentará não apenas fotos, mas também filmes feitos pelos adolescentes da Rocinha. A ideia é trazer as memórias do contraste social que o bairro abriga, com registros feitos no Minhocão, favelas, do parque proletário, e da chamada Gávea Vermelha, do início do século XX, a parte do bairro ocupada pelos operários das indústrias locais.
“A exposição propõe uma caminhada pelo tempo e suas artimanhas no bairro da Gávea, que pode permitir uma melhor compreensão do espaço onde a PUC-Rio, o Solar e o Instituto Moreira Salles se inserem na cidade”, resume a diretora.
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Gávea, território de diversidades, morada de contradições: de 25 de julho a 26 de outubro de 2018, de segunda a sábado, das 10h às 17h, no Solar Grandjean de Montigny, Museu Universitário da PUC-Rio.