Pular para o conteúdo da página
Brasão da PUC-Rio

Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Foi por medo de avião...
... que tecnologia e terapia se uniram no tratamento de uma fobia que atinge muita gente

... que tecnologia e terapia se uniram no tratamento de uma fobia que atinge muita gente

Um sistema de realidade virtual desenvolvido pelo grupo de pesquisa do professor Alberto Raposo, da Informática, sob a orientação da coordenadora da equipe de psicologia do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB), Paula Ventura, e de sua aluna de doutorado Helga Rodrigues, vai ajudar, gratuitamente, pessoas com fobia de voar, que, muitas vezes, se privam de oportunidades de trabalho ou de lazer.

Com o nome Livre para voar, o sistema veio se aliar à terapia para permitir ao paciente uma exposição gradual a diversas fases geradoras de ansiedade, em níveis de interação que compreendem desde uma ambientação neutra até a experiência de estar dentro de um avião, da decolagem e de uma viagem com e sem turbulência. Estão restritas pessoas com epilepsia, problemas cardiovasculares graves, grávidas ou indivíduos com quaisquer outros transtornos psicopatológicos que requeiram tratamento imediato.

A equipe do professor Raposo buscou entender como a tecnologia pode ser aplicada ao tratamento. Também serão utilizadas escalas padronizadas para avaliar a imersão do paciente e sua evolução no tratamento.

Para as sessões terapêuticas, realizadas no IPUB, a Informática emprestará Oculus Rift (dispositivo de realidade virtual), computador e a aplicação desenvolvida. Participaram os alunos de mestrado Leonardo Nascimento e Vinícius de Lima Costa, com a colaboração de Rodrigo Pinheiro, Armando Martínez e Renato Prado, analistas do Instituto Tecgraf/PUC-Rio.O professor Alberto Raposo falou à Assessoria de Comunicação da Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos sobre a parceria e o projeto.

Assessoria de Comunicação/VRAC: Como se deram os primeiros contatos com o IPUB? A Informática foi procurada com esse intuito ou havia parceria prévia?
Na verdade, fui eu que cheguei até eles, através de um psiquiatra que conhecia. Eu queria aplicar realidade virtual no contexto de tratamento de traumas e fobias, e queria interagir com algum grupo que trabalhasse nisso. Meu primeiro contato foi com a professora Paula Ventura. A Helga Rodrigues é aluna de doutorado dela.

Alberto Raposo: Como se deu o desenvolvimento do sistema de realidade virtual? Há pesquisa do DI envolvida?
A partir do contato com eles, chegamos à conclusão de que fobia de avião poderia ser uma boa experiência inicial, por ser algo bastante comum e que atrapalha a vida de muita gente. Eles então nos orientaram sobre o que seria bom a aplicação ter, e o desenvolvimento da aplicação se deu por meio de duas dissertações de mestrado do DI, orientadas por mim.

ASCOM/VRAC: Qual o ferramental utilizado?

A.R.: Desenvolvemos a aplicação em cima de um motor de jogos, que é uma ferramenta chamada Unity 3D. Também utilizamos hardware de realidade virtual, como o Oculus Rift.

ASCOM/VRAC - Como o sistema funciona?

A.R.: É como se fosse um jogo, embora sem pontuação. O paciente se transporta para os ambientes e todas as ações que realiza fazem parte do tratamento. Ele coloca o Oculus Rift e inicia no saguão do aeroporto. Ele pode passear por ali, entrar no "túnel" até o avião, se sentar, e o avião decolar. Tudo isso vai sendo feito aos poucos, com o acompanhamento do psiquiatra em várias sessões. O psiquiatra também pode controlar o nível de estresse que a aplicação gera no paciente, mudando o clima para tempestade, simulando turbulência no voo ou trabalhando com sons (criança chorando, gente falando).

ASCOM/VRAC: Há planos para desdobramentos do projeto?

A.R. - Nosso plano é fazer algo parecido para outros tipos de fobias e traumas. Também estamos começando a conversar com o Departamento de Psicologia da Universidade para estabelecer parcerias.




Publicada em: 06/09/2017