Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

O professor Bernardo Strassburg, do Departamento Geografia e Meio Ambiente, e coordenador do Centro de Ciências e Sustentabilidade do Rio, figura no rol dos 20 cientistas brasileiros mais citados no mundo em 2022, segundo levantamento elaborado pela consultoria Clarivate Analytics. Denominado Pesquisadores Altamente Citados (Highly Cited Researchers), o estudo em questão cita 6.938 pesquisadores de diversos países.

De acordo com a empresa, a pesquisa alimenta a corrida pelo conhecimento e permite que nações e instituições valorizem os indivíduos que dirigem a roda da inovação. A lista dos pesquisadores altamente citados “identifica e celebra pesquisadores individuais excepcionais que estão tendo um impacto significativo na comunidade de pesquisa, conforme evidenciado pela taxa em que seu trabalho está sendo citado por seus pares”.

Strassburg, que, em 2021, foi escolhido um dos sete especialistas mundiais a compor a força-tarefa científica da Década de Restauração de Ecossistemas, da ONU, acaba de participar da COP27, no Egito. Segundo ele, se por um lado, as negociações oficiais apontaram para resultados modestos, ainda longe da urgência que a emergência climática demanda, por outro, foi marcada pela emocionante mensagem de que ‘o Brasil está de volta’.

- Esta atmosfera positiva foi compartilhada tanto por quase todos os brasileiros presentes à conferência, mas também pelas outras nações do planeta. O Brasil é um ator central na questão climática, seja pelo gigantesco potencial de contribuir com soluções, seja pelo peso geopolítico histórico no tema. Entre as contribuições que o país tem a oferecer, destacam-se de longe as chamadas "Soluções Baseadas na Natureza". Por meio da conservação e da restauração dos nossos ecossistemas, o Brasil pode conciliar gigantescas contribuições à mitigação e à adaptação às mudanças climáticas com um desenvolvimento rural sustentável - observa.

O professor acredita que um dos destaques da COP tenha sido o reconhecimento das sinergias entre os objetivos da Convenção do Clima e os da Convenção de Biodiversidade (CDB). A pesquisa conduzida por seu grupo já identificava enormes sinergias entre os objetivos de ambas, num cenário em que a ciência de ponta seja utilizada para guiar o planejamento e a implementação das Soluções Baseadas na Natureza.

“A CBD se reúne no mês que vem, em Montreal, para, espero, assinar um grande acordo sobre a conservação e restauração da natureza, nos moldes do que o acordo de Paris foi para o clima”.