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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
BNDES aprova apoio de R$5.5 milhões para projetos de P,D&I envolvendo Internet das Coisas

Coordenados pela PUC-Rio, Campo Conectado e Conecta Saúde compreendem projetos-piloto em três estados, parceria com instituições e empresas de tecnologia de ponta

Professora Marlene Pontes, do CETUC, coordena os projetos-piloto nas áreas de agricultura e saúde - Foto: arquivo pessoal

No mundo todo, crescem as expectativas em torno da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), motivadas pela promessa de mercados e oportunidades sem precedentes. Atento ao cenário, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) coordenou, nos últimos anos, estudos e análises em torno do novo paradigma, que subsidiaram o Plano Nacional de IoT no estabelecimento da visão de IoT para o Brasil. Como um dos principais desdobramentos, foram definidas frentes prioritárias de ação, a saber: ambiente rural, cidades inteligentes, saúde e indústria.

Neste sentido, o BNDES acaba de assinar contratos com a PUC-Rio e empresas parceiras voltados ao desenvolvimento de projetos-piloto em IoT para o agronegócio e a saúde: Campo Conectado e Conecta Saúde. De acordo com a professora Marlene Pontes, do Centro de Estudos em Telecomunicações (CETUC), coordenadora de ambos os projetos, a conexão de objetos em rede “vai tornar as cidades mais inteligentes, racionalizar e flexibilizar produção e logística, melhorar o uso de insumos no agronegócio, aumentar a eficiência energética, monitorar pacientes remotamente e, sobretudo, promover qualidade de vida e bem-estar social”.

Na PUC-Rio, estão envolvidos no projeto pesquisadores e consultores das áreas de Telecomunicações, Engenharia de Software e do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente, que somarão suas expertises às de profissionais de instituições e empresas parceiras que aportarão tecnologias de ponta já desenvolvidas. A PUC-Rio conta com o cofinanciamento das empresas Biomtech, Engie, Nokia e Vikan.

Campo Conectado, que tem início imediato e pilotos em São Paulo (Campos de Holambra) e Mato Grosso (Santiago do Norte), tem como objetivos o desenvolvimento e implantação de um serviço de agricultura inteligente levando em conta as limitações e ambições do setor agrícola brasileiro, as práticas existentes e as estruturas de controle.

- A Agricultura 4.0 está apenas começando no País e envolve a exploração de dados de várias fontes através da instalação de sensores em equipamentos e em áreas agrícolas, de ferramentas de monitoramento ambiental, da obtenção de imagens de rastreamento no tempo da plantação, do desenvolvimento de modelos para melhor aproveitamento do solo, água, fertilizantes e agrotóxicos, sempre visando maximizar a produtividade das culturas. Deve, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade agrícola com mínimo desperdício e sem ameaças ao meio ambiente, esclarece a coordenadora, lembrando que a agricultura inteligente deve ser entendida como um serviço de convergência no campo, com o auxílio da tecnologia da informação ou, mais especificamente, do processamento de informações e tecnologias de controle autônomo.

Conecta Saúde – o piloto será sediado no hospital Rocha Faria, no Rio de Janeiro – vai empregar os recentes avanços da nova geração das tecnologias de TI para uma melhoria em serviços providos pelas unidades de saúde no Brasil. Além da Internet das Coisas, destacam-se as tecnologias para Inteligência Artificial (IA), Blockchain, Big Data e Computação em Nuvem.

Segundo Marlene Pontes, as soluções implantadas no âmbito desse projeto-piloto farão parte de um contexto mais amplo, o Hospital Digital (HD), que pode ser definido como aquele que utiliza intensamente a tecnologia, não apenas como suporte administrativo, mas como apoio a todas as atividades, de maneira integrada.

- Além das tecnologias empregadas, deve-se garantir que elas façam parte de um ambiente totalmente conectado e seguro, que deve ter como pilares as plataformas tecnológicas, a interoperabilidade de sistemas, a conectividade de elevada disponibilidade e a segurança da informação, acrescenta a pesquisadora.

As soluções do Conecta Saúde terão como foco a gestão hospitalar e o monitoramento de pacientes, de forma a otimizar os recursos de infraestrutura e de pessoal, o controle de movimentação de funcionários, visitantes e fornecedores, assim como aprimorar serviços de segurança, controlar e rastrear insumos médicos e ativos do hospital. Já o foco no monitoramento de pacientes visa tanto garantir o cuidado adequado na unidade quanto minimizar sua permanência no hospital.

A entrada no mercado poderá ser conduzida pelos parceiros, conforme suas áreas de atuação, incorporando aos seus produtos básicos as soluções implementadas e testadas no piloto. Todas as empresas envolvidas no projeto estão aptas à comercialização, devido a seu porte e densidade técnica.




Publicada em: 23/10/2020