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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Núcleo de Operações e Inteligência e Saúde (NOIS) altera países-alvo das análises, atualiza metodologia e estima cerca de 35 mil a 40 mil casos em 24 de abril, um aumento de até 50% em dez dias

Números são válidos para Brasil, SP e RJ

Reunião do NOIS: Silvio Hamacher, DEI/PUC-Rio, de branco, ao fundo, junto ao aluno de graduação João Pedro; em primeiro plano, a doutoranda Leila Dantas, que tem, à sua esquerda: Amanda Batista, mestranda, e Bianca Antunes, doutoranda, todas do departamento; à sua direita, Soraida, pós-doutoranda, e os professores Fernanda Baião, Fernando Bozza e Paula Maçaira

Remotamente, os doutorandos Leonardo, da Holanda, e Otavio Ranzani, de Barcelona - FOTO: arquivo pessoal


Em sua Nota Técnica 8 (NT8), intitulada Projeção de casos de infecção por COVID-19 no Brasil até 24 de abril de 2020, o Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) avaliou as projeções feitas até 14 de abril, na NT6 e atualizou a metodologia para chegar às predições de 15 a 24 de abril para Brasil, RJ e SP. No cenário pessimista, as projeções Brasil estimam um aumento de quase 50% para dia 24, chegando a 40.590 casos.

Em todas as projeções anteriores do NOIS, os números foram avaliados conforme um conjunto de países, de modo que fosse possível comparar o Brasil aos de comportamento semelhante na mesma data da evolução da doença, considerando-se  D0 o dia em que cada país chegou a 50 casos confirmados.

Para a análise do dia 15 em diante (D35 no Brasil), o NOIS acrescentou uma "cesta" de localidades não restrita a países – permitindo províncias ou estados, por exemplo – que apresentam uma série histórica da epidemia de tamanho, no mínimo, igual à série de Brasil, RJ e SP, respectivamente, e cuja evolução da epidemia já tenha ultrapassado a série histórica do Brasil em dez dias adicionais. 

As "cestas" de Brasil, RJ e SP passam ter suas particularidades. Para Brasil, as localidades Itália, Alemanha, Espanha, França e Irã foram os países selecionados por terem o maior histórico da evolução da COVID-19. Para SP, são Suíça, Alemanha, Itália, Irã e Espanha e, para RJ, as localidades selecionadas foram EUA-Washington, Suécia, Noruega, Holanda e Malásia.

Subnotificações - Em sua Nota Técnica nº 7 (NT7), de 13 de abril, intitulada Análise de subnotificação do número de casos confirmados da COVID-19 no Brasil, o NOIS havia avaliado o nível de subnotificação dos casos oficiais de coronavírus até 10 de abril no Brasil e em cada estado. A proposta foi fornecer dados para estimar a dimensão real da doença no Brasil. Os resultados indicaram que as notificações representam apenas 8% dos casos e, com isso, o número real pode ser até 12 vezes superior ao oficial do Ministério da Saúde.

A confirmação dos casos é a única forma de avaliar a evolução do COVID-19 no Brasil. Segundo orientação do Ministério da Saúde, apenas os casos mais graves estão sendo testados e, ainda assim, nem todos os casos suspeitos deste grupo estão sendo examinados. O elevado grau de subnotificação pode sugerir uma falsa ideia de controle da doença e, consequentemente, levar ao declínio na implementação de ações de contenção, como o isolamento horizontal.

Gráfico da predição do número de casos notificados da COVID-19 no Brasil entre 15/04/2020 e 24/04/2020 Predição do número de casos notificados da COVID-19 no Brasil entre 15/04/2020 e 24/04/2020
Gráfico da predição do número de casos confirmados da COVID-19 no Estado de São Paulo entre 15/04/2020 e 24/04/2020 Predição do número de casos confirmados da COVID-19 no Estado de São Paulo entre 15/04/2020 e 24/04/2020
Gráfico da predição do número de casos da COVID-19 no Estado do Rio de Janeiro entre 15/04/2020 e 24/04/2020 Predição do número de casos da COVID-19 no Estado do Rio de Janeiro entre 15/04/2020 e 24/04/2020


Sobre o NOIS:

O Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) é um grupo de pesquisa formado por profissionais de diversas instituições: Departamento de Engenharia Industrial/PUC-Rio, Instituto Tecgraf/PUC-Rio, Marketing & Analytics/BizCapital, Rio de Janeiro, Brasil Barcelona Institute for Global Health (ISGlobal), Espanha, Divisão de Pneumologia/InCor, Hospital das Clínicas FMUSP, Universidade de São Paulo, Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino, Rio de Janeiro, e Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

As análises e previsões divulgadas representam as opiniões dos autores envolvidos no estudo e não necessariamente das instituições às quais são associados. A inserção da Universidade nos trabalhos se deu por meio de antiga e sólida parceria entre o professor Silvo Hamacher, do DEI, e o Dr. Fernando Bozza, da Fiocruz, que atualmente co-orienta duas teses de doutorado com Hamacher, na área de aplicações de inteligência artificial ao setor de saúde.

Mais informações sobre os trabalhos do núcleo estão em https://sites.google.com/view/nois-pucrio e no Twitter do NOIS: https://twitter.com/NOIS_PUCRio.




Publicada em: 16/04/2020