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Prêmios e Destaques Acadêmicos

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
O líder para os millennials

Pesquisa desenvolvida por aluna de graduação da Administração, finalista do prêmio Ser Humano – ABRH-RJ 2018, buscou compreender expectativas dos jovens Y a respeito de seus gestores

Patricia Ferreira e Laura Guimarães durante apresentação do trabalho no congresso da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH 2019) - Foto: arquivo pessoal


Eles são jovens, criativos, amam desafios, mas se cobram muito e preferem um gestor...

A forma de trabalhar das empresas está se transformando rapidamente, em grande parte devido à influência da Geração Y (jovens nascidos entre 1980 e 2001). E um dos desafios enfrentados pelas organizações na atualidade é o gerenciamento de funcionários de diversas gerações.

– Estes jovens estão reinventando o modelo tradicional das organizações. Consequentemente, geri-los pode ser um grande desafio, assinala a professora Patricia Itala Ferreira, da Administração, orientadora de estudo desenvolvido pela aluna de graduação Laura Pulcherio Guimarães, que foi finalista do Prêmio Ser Humano – ABRH-RJ de 2018. O estudo concorreu, inclusive, com trabalhos de pós-graduação.

Expectativas da geração Y com a liderança buscou compreender as expectativas dos jovens Y a respeito de seus líderes:

– Foi realizada uma pesquisa baseada na teoria da Liderança Situacional de Hersey e Blanchard com 163 jovens universitários do estado do Rio de Janeiro que já possuíam algum tipo de experiência de trabalho, informa a aluna. Utilizando como instrumento o Leader Adaptability and Style Inventory (LASI), foi possível identificar o tipo de liderança que o respondente exibia ou que o seu líder possuía, além de das expectativas do subordinado a respeito de seu próprio líder. O LASI enquadra os tipos de liderança no modelo situacional, desenvolvido pelos mesmos autores, esclarece a aluna

Levando em conta a representatividade numérica da Geração Y no contexto atual, a pesquisa fomentou diversas discussões acerca do tema.

– Segundo o administrador e escritor Sidnei Oliveira, esses jovens se sentem compelidos a superar os pais por terem tido mais recursos e privilégios, o que explica suas altas expectativas em relação à carreira. O autor também cita três principais características aos membros da Geração Y, consideradas no trabalho: são multitarefas, criativos e têm apreço por desafios. Ele reforça que, quando são confrontados com desafios, apresentam maior produtividade, informa Laura.

De acordo com Patricia Ferreira, outro tema amplamente abordado diz respeito à liderança, salientando que, mesmo com um grande número de estudos, não há um consenso sobre o seu conceito. “Robbins define liderança como a “capacidade de influenciar um grupo para alcançar metas”. Quando se trata deste tema, também é essencial separar o papel de “líder” do de “gestor”. De acordo com Bennis, os líderes dominam o contexto e as condições que os cercam, ao passo que os gestores sucumbem”.

A pesquisa concluiu que o comportamento orientado para o relacionamento é um fator importante na liderança, segundo a opinião dos membros da Geração Y, dado que os dois estilos preferidos por eles possuem este aspecto em comum.

– Os millennials, segundo a autora Diane Spiegel, têm uma relação diferente até mesmo com seus pais, a quem enxergam como amigos ao invés de figuras de autoridade. Por conta disso, acabam projetando esse aspecto na figura de seus líderes, esperando um relacionamento parecido, observa a aluna.

Os resultados também apontaram menor preferência em relação ao estilo pouco orientado tanto para relacionamento quanto para a tarefa.

– É válido ressaltar que esse é um estilo considerado mais apropriado para equipes com maturidade alta. Considerando que os respondentes da pesquisa foram universitários, em grande maioria no início de carreira, possuem maturidade profissional menor, principalmente em termos de experiência, o que pode explicar em parte. Também é importante frisar que, possivelmente, conforme a maturidade dos millennials aumente, suas preferências também se alterem, pondera Patrícia.

Para a orientadora, o estudo contribuiu para que as empresas tenham uma visão mais clara do comportamento de seus membros da Geração Y. “Além disso, as situações apresentadas são passíveis de ocorrer no dia a dia de qualquer tipo de empresa. A análise isolada de cada uma também permite que líderes dos millennials se preparem para as situações ou pelo menos tenham uma compreensão mais apropriada sobre elas”.

Prêmio Ser Humano – ABRH-RJ

A PUC-Rio é a universidade com a maior quantidade de prêmios Ser Humano. Desde 2010, quando foi criada a categoria trabalhos acadêmicos, já ganhou quatro vezes; desses quatro prêmios, dois foram dados a orientandas da professora Patrícia Ferreira, que também teve três finalistas no período.




Publicada em: 30/05/2019