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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Prêmios e Destaques Acadêmicos

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Jovem talento

Pesquisadora da Engenharia Mecânica Roberta Lima recebe Hofer Young Researcher Award, do Comitê de Dinâmica da ABCM


A professora Roberta Lima é cria da PUC. Graduação, mestrado e doutorado no Departamento de Engenharia Mecânica, o último defendido em 2015, em uma cotulela entre a PUC-Rio e a Université Paris-Est (UPE), sob a orientação dos professores Rubens Sampaio (PUC-Rio) e Christian Soize (UPE). Com apenas 31 anos, já tem uma trajetória de pesquisa reconhecida pela academia, tanto que acaba de receber o Hofer Young Researcher Award, conferido pelo Comitê de Dinâmica da Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM), durante o congresso DINAME 2019. Trata-se de um prêmio para jovens pesquisadores que demonstraram excelente desempenho de pesquisa em áreas abrangidas pelo escopo do Comitê.

A professora, que já recebeu outros três premios, tem livro publicado e alunos também premiados, trabalha com dois grandes temas: dinâmica e probabilidade – modelagem estocástica e quantificação de incertezas. “Me encantei por dinâmica e probabilidade ainda no meu mestrado. No doutorado, trabalhei com a dinâmica de um sistema percursivo (sistema com impactos) e incertezas”, conta Roberta.

A tese da professora foi premiada com uma Menção Honrosa no Prêmio ABCM-EMBRAER 2015 e Menção Honrosa no Prêmio CAPES de tese edição 2016, área Engenharias III.  “Atualmente me dedico a cinco novas linhas de pesquisa”, explica a pesquisadora, que, no momento, tem um projeto de pesquisa pelo Universal MCTI/CNPq (nível A) e participa de outros projetos internacionais com a França (Capes-Cofecub), Alemanha (Probal) e Argentina, em cooperação com outras sete universidades (nacionais/internacionais).

As cinco linhas são: Dinâmica de sistemas com atrito seco e fenômeno de stick-slip; Dinâmica de sistemas acoplados (sistemas eletromecânicos); Métodos de perturbação; Identificação de sistemas (análise modal experimental e operacional) e; Quantificação e propagação de incertezas.

– As linhas são independentes, mas estou construindo pontes entre elas. Um exemplo seria o estudo de sistemas com atrito com uma abordagem estocástica. O atrito é aleatório porque depende de temperatura, umidade, condições de contato entre superfícies, uma série de fatores. Então, trabalhar o atrito exige trabalhar com uma abordagem estocástica. O estocástico permeia tudo – explica.

Um dos trabalhos produzidos na linha de incertezas recebeu, em 2017, o Young Author Best Paper Entropy Award, durante o congresso MAXENT (37th International Workshop on Bayesian Inference and Maximum Entropy Methods). O trabalho propõe novas definições para quantificação e propagação de incertezas.

– Quando olhamos a literatura de estocástico, há diversas interpretações diferentes do que significa quantificação de incertezas, não há um padrão. Às vezes, encontramos definições diferentes em um mesmo trabalho. Um dos objetivos na linha de incertezas é justamente definir cada um dos elementos.

Roberta também busca colaborar para o crescimento da área de quantificação e propagação de incertezas no Brasil. “Há muita carência de cursos e material didático efetivo nessa área, por isso me dedico à formação de recursos humanos.” A pesquisadora publicou, em parceria com o professor Rubens Sampaio, um livro nas Notas em Matemáticas Aplicadas da SBMAC (Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional) e já ministrou oito minicursos nessa linha.

Segundo Roberta, as novas linhas de pesquisa têm uma parte teória e uma parte aplicada, pois abordam problemas de interesse da indústria. Como exemplos, o estudo do fenômeno stick-slip, que pode ocorrer em colunas de perfuração de poços de petróleo, ou a utilização de acoplamento eletromecânico para redução de amplitude de vibração.

– Imagine um sistema mecânico vibrando com amplitude muito alta, indesejada. Uma das opções para reduzir essa amplitude seria acoplar uma parte mecânica nesse sistema original, como, um amortecedor, semelhante ao que foi feito na Ponte Rio-Niterói. Entretanto, nem sempre isso é possível. Na asa de um avião, acoplar um sistema mecânico alteraria a geometria e a aerodinâmica da asa... neste caso, uma alternativa seria um sistema elétrico para reduzir a amplitude de vibração. Para que o acoplamento funcione como o desejado, precisamos projetar um sistema eletromecânico ótimo. O potencial de uso desse tipo de sistemas é muito grande. Nessa linha de pesquisa, temos uma parceria com um grupo especializado em sistemas acoplados, o LMSSC (Laboratoire de mécanique des structures et des systèmes couplés) do centro de pesquisa francês CNAM (Conservatoire National des Arts et Métiers).

Mais informações sobre os trabalhos publicados pela pesquisadora podem ser encontradas no currículo Lattes dela:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4219298H7

O livro publicado pode ser baixado no endereço:
http://www.sbmac.org.br/arquivos/notas/livro_70.pdf




Publicada em: 04/04/2019