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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Prêmios e Destaques Acadêmicos

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Ana Kfouri, de Artes Cênicas, é indicada aos prêmios Shell e Cesgranrio de Teatro

Em suas disciplinas de graduação, a busca pela atuação consistente, ética e diferenciada no mundo hoje

Com 40 anos de carreira artística, a professora e coordenadora de graduação de Artes Cênicas, Ana Kfouri, foi indicada como melhor atriz aos prêmios Shell e Cesgranrio de Teatro, pela peça Uma frase para minha mãe, obra do escritor, poeta e crítico literário francês Christian Prigent. A peça teve duas temporadas, uma no Sesc Copacabana, e outra no Espaço Cultural Sergio Porto.


A artista em cena no espetáculo Uma frase para minha mãe
- foto: Dalton Valério

O Prêmio Shell de Teatro é uma das mais tradicionais premiações da cena teatral brasileira. Foi criado em 1988 para contemplar, todos os anos, os artistas e espetáculos de melhor desempenho nas temporadas teatrais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Já o Prêmio Cesgranrio de Teatro busca homenagear os melhores espetáculos teatrais do Rio de Janeiro e, consequentemente, estimular a produção cultural da cidade em dose categorias.

Segundo Ana Kfouri, cuja pesquisa cênica pensa a palavra e o corpo como campos de forças em tensão e em relação, Prigent é um autor que trabalha fora do campo da representação, da intenção:

- Não há uma condução psicológica do que está sendo dito, então o ator/performer precisa se desapegar de um desejo de entender as palavras, no sentido de colocá-las como algo a ser controlado, decifrado e transferido para o outro (público). Ao falar, ele potencializa e pluraliza os sentidos, as possibilidades de afetos, pois é a palavra que se desdobra, se abre para os dizeres infindáveis”. Através de uma fala potente, poética, respirada, lúdica, desconcertante e rítmica, o desafio do ator é pôr em jogo também a própria linguagem, analisa a atriz, que também dirigiu a peça. E continua:

- O tradutor e adaptador Marcelo Jacques de Moraes fez um recorte do texto integral de Prigent: um longo “lamento bufo”, como diz o próprio escritor, em que o eu-narrador relata sua descoberta do mundo e da linguagem a partir de sua relação com a mãe. Como define Moraes, foi na tensão entre o literário e o político, entre a experimentação da linguagem e a experiência do cotidiano, da vida comum, que se inscreveu, desde as primeiras publicações até hoje, a extensa obra do autor.


Além de atuar, Ana Kfouri também dirigiu a peça
- foto: Dalton Valério

Atuação na Universidade - Ana Kfouri ingressou na PUC-Rio em 2015 e ministra a disciplina Projeto Interpretação, chamada, informalmente, de Projeto Atuação. Há quase dois anos, é coordenadora de graduação.

- Com o Projeto Atuação, fizemos, em 2017, o Projeto Repertório: Obsessões, textos de Nelson Rodrigues, Boca de miséria, textos de Hilda Hilst, e Anánkê, vários textos. O projeto Atuação investe na conscientização e potencialização dos alunos em desenvolver uma pesquisa de linguagem própria e continuada, e estimula o senso de coletividade, tão latente nas artes cênicas e fundamental para o exercício diário e democrático da cidadania hoje. O Repertório alicerça toda uma prática que tem como princípio potencializar o individual e o coletivo, afirma uma atuação consistente, ética e diferenciada no mundo hoje e aproxima cada vez mais os modos do pensar e os modos do fazer, esclarece a coordenadora.

De acordo com Ana Kfouri, o curso de Artes Cênicas está em pleno desenvolvimento da nova grade curricular e com a especialização - Corpo e palavra [para atores e escritores], em processo de aprovação, coordenada por ela própria e pela professora Ana Kiffer.

Ana conta ainda que, no primeiro semestre de 2019, será feito outro Projeto Repertório, agora com as peças Roda de fogo, textos de Marcelino Freire, Fridas, textos de Frida Kahlo, Sangue de mosca, vários textos, e Cadê minha palavra?, com textos de Stela do Patrocínio, Grace Passô e Rodrigo de Roure.

- O Projeto Repertório é muito instigante, pois coloca os alunos de Artes Cênicas dois meses em cartaz, nos finais de semana na PUC. Ocupamos o Laboratório de Artes Cênicas e seus arredores e a Vila dos Diretórios. Em dezembro, participamos da festa de encerramento e natal dos funcionários, criando um Auto de Natal, a convite do Vice-Reitor para Assuntos Comunitários, Augusto Sampaio.




Publicada em: 21/01/2019