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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
PUC-Rio realiza terceiro webinar Pilotos IoT, em parceria com BNDES, que trouxe inovações nas áreas de infraestrutura de comunicações, energia e medicina fetal

As empresas American Tower e Engie e os pesquisadores Heron Werner, do Dasa, e Jorge Lopes, da PUC-Rio foram os palestrantes desta edição


A terceira edição do webinar Pilotos IoT, em parceria com o BNDES, trouxe, mais uma vez, empresas parceiras e pesquisadores da Universidade abordando tecnologias ligadas ao agronegócio e à telemedicina. O projeto Pilotos IoT, coordenado pela PUC-Rio, é financiado pelo BNDES, Biomtech, Engie, Nokia e Vikan. Conta com os parceiros que aportam tecnologia nas áreas de Agronegócios e Saúde: Alis, American Tower, Biomtech, BrasilSat, Briskcom, CBPF, Datora Arqia, Embrapa, Engie, Hispamar, Inmetro, Kore, Laura, Mareste, Method’s, Metos Brasil, Provide, Suno, Vitai, Tim, TSM.

A abertura ficou por conta de Rafael Nasser, do ECOA PUC-Rio, seguida da primeira apresentação do encontro, realizada por Leandro Nunes, da American Tower. IoT na Real mostrouoportunidades para o agronegócio e transformações de redes e pessoas através da Internet das Coisas.

A empresa é líder global em compartilhamento de infraestrutura de comunicações (torres, estruturas no topo dos prédios, sistemas de antenas distribuídas para ambientes indoor e, mais recentemente, infraestrutura de rede neutra de fibra utilizando tecnologia LoRaWAN) e está presente em 22 países (180 mil sites no mundo), viabilizando a conectividade. A rede neutra viabiliza que diversos parceiros e clientes utilizem a mesma infraestrutura, com uso sustentável de recursos. É uma rede compartilhada entre diversos verticais.

– De forma geral, o one size fits all não costuma servir para os casos de redes de IoT, casos de usos distintos têm necessidades diferentes e as tecnologias se complementam. Temos várias formas de olhar para as tecnologias, e a internet das coisas traz alguns desafios bem interessantes. Sempre vamos falar de grandes volumes de dispositivos no campo, e isso traz uma necessidade de complementaridade de rede. Neste sentido, a American Tower verificou que, no Brasil, ainda havia muitas oportunidades para o conceito de LPWAN (Low Power Wide Area Network), que fornece baixo consumo de energia e grande alcance de cobertura pelos dispositivos – comentou o gerente de IoT.

Leandro explicou que, debaixo do guarda-chuva LPWAN, existe uma série de tecnologias: a tecnologia LoRaWAN é uma das que despontam no mercado global, permitindo, por exemplo, que um dispositivo de campo fique entre cinco e dez anos sem a necessidade de troca de bateria, ou a mobilidade dos dispositivos sem problemas; ou ainda a flexibilidade de seu protocolo que permite aos dispositivos, além de trocar mensagens com a rede, falarem diretamente com outros sem a necessidade de acessar a internet. “Utilizando uma aplicação, é possível enviar mensagens de comando para outros dispositivos, em vez de ter que se dirigir ao local em que algum reparo necessite ser feito. Adicionalmente, a tecnologia é muito segura, prioriza o baixo custo em toda a cadeia, e conta com uma alta imunidade a ruído”, complementou.

A empresa Engie, referência em energia no mundo, foi a segunda a se apresentar no webinar, trazendo o tema Plataforma de Convergência e-Deskie.

De acordo com Viviana Medellin, a Engie está comprometida em acelerar a transição energética para a economia de carbono, por meio da redução do consumo de energia e pela busca de soluções mais sustentáveis. No Brasil, é a maior empresa geradora de energia, mas, além da geração, atua na parte de comercialização e transmissão de energia, transporte de gás e na criação de soluções energéticas.

– Dentro desta última, contamos com a área de soluções disruptivas, encarregada de criar aplicações digitais dentro de projetos de inovação, tanto para empresas do grupo quanto para parceiros. Nosso driver contempla três pilares principais: mobility, big data e IA e IoT. Em soluções disruptivas, um dos nossos produtos principais é a plataforma de convergência e-Deskie, uma plataforma para a construção, convergência (mashup) e utilização simples, pelo usuário final, dos mais variados serviços digitais desenvolvidos pela Engie, seus parceiros e suas unidades. Um portal de serviços unificados Web e Mobile – explicou.

O repositório centralizado permite gerar módulos para diferentes linhas de negócio atendendo a clientes internos e externos. Yuri Gomes, também da Engie, abordou a arquitetura de IoT e de outras tecnologias agregadas por trás das aplicações práticas da e-Deskie:

– Três grandes tecnologias são utilizadas nesta grande plataforma de convergência: IoT, BI e IA e API. Quando precisamos realizar automações como as de prédios ou  pontes, em aeroportos, utilizamos soluções de IoT para a comunicação e, às vezes, um pouco de API. Todas as informações são trazidas em tempo real e, nelas, se aplicam processos de algoritmos inteligentes – em tempo real ou de forma agendada – em cima dos dados, entregando informações para o usuário final via API, a partir de uma aplicação mobile ou web. Tudo é consumido via API, através da de transformação de dados em informações, explicou, lembrando que o usuário ainda pode personalizar suas interfaces visuais e painéis.

Tecnologias para medicina fetal – Na área da saúde, a apresentação ficou a cargo do Dr. Heron Werner, do grupo Dasa Diagnóstico e de seu parceiro, na PUC-Rio, professor Jorge Lopes, coordenador do laboratório NEXT. Em sua apresentação, o Dr. Heron falou sobre novas tecnologias de imagem em medicina fetal e o professor Jorge Lopes abordou a importância da multidisciplinaridade e da inovação na área médica.

Heron Werner trabalha há cerca de 30 anos com imagem fetal, tendo presenciado a grande evolução da ultrassonografia e da ressonância magnética nessa visualização.

– Temos a possibilidade de reconstruir essas imagens e materializá-las em 3D; na área de medicina fetal, também podemos realizar navegações virtuais dentro dessas estruturas 3D. O sonho dos médicos é ter a melhor imagem possível porque ela os auxilia nos diagnósticos. A partir do momento em que as tecnologias de impressão 3D e de reconstrução de imagem propiciaram a visualização intraútero e do feto, de forma mais nítida, isso mudou completamente a maneira de conduzir a gravidez, observou. Segundo Heron, a ultrassonografia teve um impulso muito grande com a incorporação da tecnologia 3D e, depois, com a tecnologia de impressão 3D.

– Hoje, é possível ver o feto e sua movimentação em tempo real. Além disso, essas tecnologias tiveram um impacto, nesses últimos anos, porque a imagem pode ser transferida da tela do aparelho de ultrassom para outros dispositivos, tablet, celular, o que facilita, cada vez mais, a discussão interdisciplinar através do compartilhamento e de discussões virtuais. Avançamos muito na avaliação morfológica dos bebês, e de forma muito precoce. É possível analisar muito bem a anatomia do feto já no primeiro trimestre de gestação, não apenas gerando os volumes, mas navegando dentro deles. Para tanto, podemos utilizar também a RM, que traz uma informação interessante sobre os tratos nervosos, esclareceu.

Heron destacou ainda a importância das tecnologias para a avaliação de cirurgias intrauterinas, bem como a possibilidade de juntar imagens da ultrassonografia e da ressonância, melhorando a imagem final, inclusive para análise da gestão gemelar, com todas as suas especificidades e riscos, como é o caso de bebês siameses.

O professor Jorge Lopes, de Artes&Design, encerrou as apresentações do webinar ressaltando a importância da multidisciplinaridade em pesquisa e dos mecanismos para se estabelecer uma comunicação eficiente entre as diferentes áreas:

– Estamos, por exemplo, percorrendo um caminho novo por meio de um aluno de doutorado do DAD cujo trabalho lida com bioimpressão 3D. Ainda é tudo muito inicial, mas estamos aprendendo muito com um médico de São Paulo, conseguimos adquirir uma 3D Bioprinter... É uma nova trajetória com a PUC e a equipe do Dasa. Também estamos trabalhando conceitos iniciais na área médica usando inteligência artificial, em parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Vamos sempre procurar os especialistas e fazer essa abertura interdisciplinar. Para um projeto Capes, adquirimos tecnologia de impressão de materiais flexíveis, com alta resolução, importante para imprimir a estrutura de um coração. É uma nova forma de representar e entregar material para uma equipe médica. Daqui a pouco, vamos conseguir entregar materiais biológicos. A interdisciplinaridade é não ter medo de perguntar, de errar. É acessar formas novas de pensar e buscar caminhos para impulsionar o país e torná-lo cada vez menos dependente de tecnologias externas, finalizou.




Publicada em: 08/04/2021