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Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Asas como herança

Núcleo de Memória comemora 80 anos da PUC-Rio com marcos físicos e simbólicos e lança concurso de monografias

Margarida Souza Neves voa, alegre, nas asas do Cardeal Leme - Foto: Renata Ratton, Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos


Com memorare, fazer memória junto. Deu liga entre as celebrações dos 80 anos da Universidade e as iniciativas do Núcleo de Memória para um marco tão especial. Painéis representando marcas da identidade da PUC-Rio já se encontram espalhados pelo campus e um concurso de monografias versando sobre a história da Universidade é lançando hoje. Estão previstas ainda exposições, publicações, e sobre tudo isso falou a professora Margarida de Souza Neves, coordenadora do núcleo, à assessoria de comunicação da Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos.


Ascom/VRAC -
Como foi, para o Núcleo de Memória, resumir e representar esses 80 anos?

Margarida Souza Neves - Difícil fazer um balanço. São muitos anos de uma vida muito rica. E esse balanço supõe escolhas. Então, é preciso ter a tranquilidade de dizer que as escolhas não significaram renunciar a outras coisas.

Para sintetizar esses 80 anos, procuramos, em primeiro lugar, elaborar um quadro impressionista da identidade da PUC, a partir do desejo de marcar física e simbolicamente o campus com algumas imagens relativas a traços de identidade que foram se consolidando e, certamente, adquirindo diversas formas. Buscamos imagens - mais simbólicas do que figurativas - que pusessem a Universidade como protagonista desses traços de identidade, e as colocamos em sete painéis. Isso justifica que, ao selecionar um dos traços dessa identidade, 80 anos de Ciências, não tenhamos posto pipetas ou um laboratório. Seria linear demais e excluiria, por exemplo, as ciências humanas. Essa talvez tenha sido a imagem mais ousada que utilizamos, a de uma foto do auditório do RDC na comemoração dos 50 anos da pós-graduação na PUC. Nesta foto, estão cientistas de todos os centros e de todos os departamentos. Só se faz ciência porque temos, formamos, contratamos e juntamos cientistas, cientistas de latitudes muito diversas.

Outro traço estabelecido foram os 80 anos de Artes. De muitas maneiras, as artes estão presentes na Universidade, seja em uma presença densa, como no Museu ao Ar Livre ou na Igreja da PUC, mas também através dos artistas, do ensino de Artes & Design, da transformação da palavra em arte, na literatura, das artes da memória.

Em PUC-Rio: 80 anos de Sustentabilidade, lançamos mão de uma licença poética. O conceito de sustentabilidade, há 80 anos, não existia, e nem o que hoje entendemos ser sustentabilidade. No entanto, o conteúdo de busca de valorização da natureza, de não desperdício, isso sempre se viveu de diferentes maneiras. A PUC ressignifica objetos, ao usá-los. Os bancos da antiga capela, por exemplo, estão nos pilotis do Kennedy. É uma marca da reutilização. Olhando as fotografias da sala do Pe. Leonel Franca, S.J., é possível reconhecer mesas ainda em utilização na PUC. Não se falava em sustentabilidade, mas são 80 anos de valores que, hoje, recebem o nome de sustentabilidade.

Outro traço muito importante é o do compromisso social, lembrado no painel de mesmo nome. No ponto de vista do Núcleo, o compromisso social básico da PUC, por ser universidade, é produzir conhecimento socialmente relevante para o Brasil e formar agentes sociais, críticos, éticos e comprometidos com a justiça. Isso ninguém poderá fazer no lugar da Universidade. Entretanto, ela sempre poderá ser chamada, como efetivamente já foi, a acolher pessoas em situação de pobreza, a funções de suplência em diversas situações; mas o compromisso social indelével está na produção de conhecimento e na formação de pessoas capazes de pensar um futuro em que a justiça seja real e a vida melhor para todos.

PUC-Rio: 80 anos de Humanismo é o único painel que contém uma composição de fotos. O humanismo é uma marca muito forte da memória, do projeto, da identidade da PUC. Foi muito difícil encontrar uma imagem, então optamos por colocar uma foto grande do mosaico, de Portinari, do Menino Jesus no templo, ensinando aos doutores, um pouco para apontar para a âncora do que é o humanismo na Universidade: a possibilidade de que uma criança ensine aos doutores e a possibilidade de pensar quem é essa criança. Essa é a imagem central e, em torno dela, estão algumas imagens simbólicas: uma ponte, a ponte de madeira, porque é isso que o humanismo faz, construir pontes; e duas imagens de pessoas, mas também fortemente carregadas do simbólico: uma turma realizando uma atividade de entrelaçar cordas, em que quando um se mexe, todos se mexem; e uma festa de homenagem a professores e funcionários.

80 anos de Pluralismo olha para a acolhida ao diferente, à diversidade, e traz uma foto dos pilotis na comemoração dos 70 anos da PUC-Rio. 80 anos de Ensino e Pesquisa, na entrada do Cardeal Leme, traz uma bela foto aérea e mostra a PUC se transbordando para a cidade e se abrindo para o mundo pelo mar.

Todos os painéis apresentam a divisa da PUC: Nada é pesado para quem tem asas (Alis Grave Nil). Outros três grandes painéis trazem as próprias asas, feitas de pequenos fragmentos de fotografias da PUC. Um está no bosque, próximo ao Anfiteatro Junito Brandão; o segundo, no bloco B do Edifício Cardeal Leme; e o terceiro está no prédio Frings. Queremos fixar a ideia das asas e a divisa da PUC. Queremos que as pessoas tirem fotos nessas asas e as enviem para o site do Núcleo de Memória. É uma iniciativa que fala a língua de nossos alunos, as asas vão para o mundo através das redes sociais.


Ascom/VRAC -
Além do concurso de monografias, lançado hoje, o que está previsto para 2020?

Margarida Souza Neves – Uma exposição na Biblioteca Central, em iniciativa conjunta com a DBD, que trará, por exemplo, os manuscritos do Pe. Leonel Franca: 12 livros foram encontrados por nosso reitor, em Itaici (SP). A exposição também mostrará livros produzidos por nossos primeiros professores, conteúdo da biblioteca. Queremos reforçar o compromisso com a produção acadêmica de qualidade, marca de nascença.

Promoveremos ainda o concurso de fotografias, que será divulgado em maio: PUC, modos de ver. Como as pessoas olham para a PUC, fixam a imagem da PUC? Além de toda a comunidade, ex-alunos, antigos professores poderão participar. E produziremos o segundo volume do livro Crônicas de Memória, que teve seu primeiro volume lançando nos 70 anos da PUC-Rio.

No segundo semestre, lançaremos o projeto da coleção de livros relacionados a lugares de memória da PUC-Rio. O número zero, já produzido, versou sobre a Igreja Sagrado Coração de Jesus. No lançamento, falaremos sobre a intenção e os lugares contemplados. Também vamos elaborar um encarte ao Anuário – que poderá ser distribuído à parte -  contendo séries históricas e dados numéricos dos 80 anos, além de fotos. E está prevista uma exposição conjunta com o Projeto Comunicar, nos Pilotis, a ágora da PUC, mostrando o que a PUC devolveu para a sociedade nesses 80 anos. Projetos de impacto na sociedade carioca, brasileira e no mundo.

Nossa preocupação, em todas as iniciativas, é não é ter um olhar passadista, mas olhar os 80 anos hoje e para o amanhã. Comemorar é fazer memória junto. E fazer memória junto é construir identidade comum, é fazer projeto em comum. Como herança dos 80 anos, recebemos essas asas, que nos permitem fazer o voo que quisermos.

Para se inscrever no concurso acesse o link: http://nucleodememoria.vrac.puc-rio.br/noticia/2020/03/concurso-monografias-puc-rio-80-anos.


Inscreva-se no 2º Concurso de Monografias




Publicada em: 06/03/2020