Pular para o conteúdo da página
Brasão da PUC-Rio

Vice-reitoria para Assuntos Acadêmicos

Pesquisa, Desenvolvimento e Extensão

Por Renata Ratton Assessora de Comunicação - Vice-Reitoria para Assuntos Acadêmicos
Jovens sobre rodas

Cultura do skate é recorte das investigações de laboratório e museu virtual, que serão montados com financiamento de editais da Faperj e do CNPq

Cláudia Pereira, da Comunicação Social, à frente do JuX, teve projetos contemplados em editais da Faperj e CNPq - Foto: arquivo pessoal


Já foi tempo em que laboratórios e museus remetiam a experiências mirabolantes e coisas antigas. Tanto é verdade que a juventude pulsante e ativa na sociedade, com sua história de vida e valores, será o foco principal de um laboratório de culturas midiáticas e de um museu virtual, por meio de três projetos contemplados em editais de Auxílio à Pesquisa (APQ1) e Cientista do Nosso Estado, da Faperj, e Universal, do CNPq. Todos sob a coordenação da professora Cláudia Pereira, do Departamento de Comunicação Social. Nos dois projetos, por enquanto, a cultura do skate será o recorte das investigações.

– Os projetos contemplados inspiram-se nos estudos que desenvolvemos no Grupo de Pesquisa que lidero, o JuX - Juventudes cariocas, suas culturas e representações midiáticas, explica Cláudia. “O propósito é reconhecer que os jovens são múltiplos e que os modos como elaboram suas identidades, pertencimentos e expressões culturais merecem mais atenção na Academia, lembrando que as juventudes têm um papel importante como atores sociais, mais do que como mera representação midiática.

O Laboratório de Culturas Midiáticas das Juventudes (LabJux), que será montado e equipado com recursos do APQ1 e do Universal, no campus da Universidade,  vai envolver alunos de graduação, de pós-graduação (mestrado e doutorado), pesquisadoras e pesquisadores com título de doutorado de cinco IES diferentes e jovens, moradores e líderes de projetos sociais, coletivos e associações, preferencialmente residentes em comunidades periféricas. O objetivo do LabJux é promover a interlocução e trocas acadêmicas que envolvam o ambiente universitário e ações lideradas por jovens ativistas atuantes nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Petrópolis (RJ), Juiz de Fora (MG) e Blumenau (SC).

– Como perspectiva teórica, o projeto sustenta-se na sociologia da juventude, na tradição dos estudos culturais e nas teorias das representações sociais. No LabJuX, serão promovidas atividades acadêmicas voltadas para a discussão sobre a construção social das juventudes a partir das representações midiáticas de suas culturas urbanas. A ideia é compreender o que se toma como valor positivo e o que se silencia no processo de elaboração de tais formas representacionais. Metodologicamente, serão desenvolvidas imersões etnográficas tradicionais e on-line, análise interpretativa de conteúdo midiático, particularmente publicitário, e pesquisas exploratórias de natureza qualitativa, informa Cláudia.

Entre os resultados esperados do laboratório destacam-se as palestras e oficinas voltadas para jovens moradores de comunidades periféricas e a produção audiovisual relacionada a ações de projetos sociais e cultura urbana. Como desdobramento de todas essas atividades, algumas possíveis direções para políticas públicas relacionadas às juventudes.

Já o projeto Museu das Juventudes Cariocas, contemplado com a Bolsa Cientista do Nosso Estado, da Faperj, será um museu virtual dedicado às histórias de vida de cariocas de diferentes idades, com relatos específicos sobre suas experiências na cidade do Rio de Janeiro no período em que eram jovens (15 aos 24 anos, segundo a OMS).  Segundo Cláudia Pereira, no museu, esses relatos serão organizados tanto pelas décadas (1950, 1960, 1970, 1980, 1990, 2000), como também pelos bairros da cidade:

– O acervo será composto de vídeos de 10 minutos registrando as memórias das pessoas participantes do projeto; fotografias coletadas junto a outros acervos e enviadas pelo público em geral, retratando as juventudes na cidade do Rio de Janeiro; anúncios publicitários de cada contexto histórico abordado, dirigidos, à época, a um público-alvo jovem; e matérias jornalísticas alusivas a questões relacionadas às juventudes, dentro de cada contexto histórico e social – informa a coordenadora.

Assim como o LabJuX, na perspectiva teórica, o museu virtual sustenta-se em três eixos: o primeiro é a sociologia da juventude, o segundo a relação que se estabelece entre a concepção teórica acerca da categorização dos museus e a memória coletiva, e o terceiro a perspectiva das teorias das representações sociais. “A abordagem teórica que se sustenta nas questões voltadas para as juventudes recorre a autores como José Machado Pais, Jesus Martín Barbero, Carles Feixa, Paul Hodkinson, Gilberto Velho, Hermano Vianna, entre outros”.

“Metodologicamente, a pesquisa que envolve a criação do museu prevê, além da revisão de literatura, entrevistas em profundidade e pesquisa documental. Buscaremos contribuir para a consolidação de uma memória coletiva carioca”, diz a professora. Segundo Cláudia, assim como no LabJuX, o projeto do Museu busca a integração entre pesquisadores, alunos da pós-graduação e da graduação do curso de Estudos de Mídia, do Departamento de Comunicação Social, e jovens atuantes em favelas do Rio de Janeiro e de outras cidades do Brasil.




Publicada em: 15/03/2022